Embora distante daquelas buscas, muito gostei de ler o post cheio de sinceridade e partilha que a
Helena colocou. E interessantes são também as trocas de ideias desenvolvidas nos comentários, reforçando o enorme respeito que sinto por aqueles que cultivam a autenticidade inquieta da espiritualidade. E que só pode passar pela recusa do conformismo.
Nesse post, a Helena dá conta de um facto que desconhecia na Alemanha, quem reconheça perante as Finanças que professa uma Religião, passa a descontar para ela. Não me parece má ideia. E pus-me a pensar quanto isso contribui com autenticidade ao se dizer que se é disto ou daquilo. Ou seja, desta forma, deixam de haver opções de borla se queres ser
X, paga-lhe o sustento. Apoiado.
Depois penso numa das atracções favoritas dos portugueses pagar o menos possível, receber o máximo. Como com o Estado nada para o malvado Fisco, tudo o que se conseguir em subsídios, subvenções e prestações.
Ligando as duas coisas, quem quer apostar que, se aplicassem aqui, a norma alemã de descontar o
dízimo para a Religião agregado aos impostos, a Católica Apostólica Romana perdia logo a maioria absoluta? Experimente-se. Até porque estou à vontade, deste imposto ficava eu livre. Como bom português, só concordo que se faça aquilo que não se tenha de pagar.
Adenda: Como disse, este post foi baseado num outro da
Helena, uma "portuguesa alemã" que aqui tomei como boleia nas tantas boleias que costumo apanhar de quem bem escreve e melhor sente. Agora, a não perder, porque os talentos é que são como as cerejas, tenho o privilégio da companhia do testemunho lapidar do incontornável
Lutz, um "alemão português", na minha "caixa dos comentários". Obrigado aos dois, estimados ases do volante, que me espevitam o gostar levantar o polegar em apelo de "auto-stop" na faena das palavras frente ao bravo em pontas do pensar. Melhor dito, vocês mais alguns, são o meu
borladero. E, pobre de mim, bandarilheiro de "despachar", sem refúgio de
borladero, a cornada era mais que certa. Assim, só posso agradecer-vos a falta de comparência na Enfermaria da Praça das Palavras. Olé!