Diz o Sábio
Mussele:
Calculo eu, ninguém tem saudades do "peixe podre, fuba pobre, 50 angolares e porrada se refilares". Como ninguém tem saudades das transferências compulsivas de trabalhadores, dos trabalhos de escravo nas roças e nas estradas, dos cartões de assimilados, dos "brancos de segunda", e por aí fora.Ora, ora, Sábio não sabe tudo. Ou então tem a sabedoria de não querer ouvir o que não quer ouvir. Os gemidos que mais oiço por aí, outra vez, cada vez mais, são pelos heróis do ultramar, contra os crimes da descolonização e suspiros de saudade do pôr do sol africano e das cidades lindas de morrer.