
Uma realíssima evocação de como a cultura pode levar à tolerância e a tolerância apela à cultura, numa cadeia em que
uns e
outros ganham, sendo todos vencedores, encontra-se
aqui.
Pelo que se vê, a
Helena voltou inspirada de Budapeste. E faz bem (ia dizer
faz o bem
) ao ajudar, mais uma vez, a reabilitar Weimar. Colocando-a no lugar que merece nessa higiene necessária da associação injusta da cidade à chacota sobre as fragilidades democráticas quando os extremismos dispostos a cortar a sociedade alemã (e o mundo!!!) em fatias denegriam as instituições republicanas chamando-as de
República de Weimar. Também no não esquecimento da pujante cultura alemã que cedeu perante a barbárie nazi como, antes, tinha estado à beira de ser formatada na
revolta vermelha e desse ferrete medonho de memórias de vergonha com a vizinhança de Buchenwald (que juntou vergonhas castanhas e vermelhas, pois Buchenwald ainda foi intensamente utilizado até 1950!). Apelando as vezes necessárias para pensarmos em Alemanha e não associarmos de imediato
passos de ganso (que eu ainda conheci ao vivo, anos oitenta, purgando uma expiação ou uma adaptação, na antiga RDA) como se fossem uma fatalidade, a levantar estupidez de cinzas e sangue na poeira dos caminhos, nunca os esquecendo, nunca os perdoando, mas não reduzindo a história alemã a uma fixação num monstruoso ponto negro.