
Bilbau, a terceira cidade espanhola (ui, espero bem que nenhum basco me leia) em importância e em número de habitantes, arrasta a sua herança de tamanhona e de grande centro industrial e portuário. Dificilmente, Bilbau poderia ser uma cidade bonita. Mas, hoje, é confortável atendendo ao tamanho. E é, claro, um dos grandes pulmões da economia basca e espanhola.
Com a desindustrialização de Bilbau, restou espaço e muito para enfeitar. E o engenho e criatividade deram um resultado notável no espaço marginal à ria, em que se integra um dos mais imponentes monumentos à modernidade em todo o mundo que é o
Museu Guggenheim.
O ambiente da
movida em Bilbau não é dos mais cativantes, segundo o padrão espanhol, não por falta de restaurantes, bares e tabernas, que os há a dar com um pau, mas a contenção basca, uma certa secura que não convida ao contacto, tornam a aventura do convívio ali mais frustante e mais parecida com um passeio pelo Bairro Alto que com o resto de Espanha. Resumindo, na alma, Bilbau é mais lisboeta que espanhola.
O
Guggenheim tornou-se o grande trunfo de Bilbau para que a cidade não se reduza a sítio para negociar e seguir caminho. Trunfo poderoso, diga-se, porque justifica, só por si, lá ir e lá voltar. Não querendo enfadar a falar muito mais deste mais que badalado Museu, direi apenas que considero o
Guggenheim um dos mais espantosos hinos à criatividade, à tecnologia e à estética que o homem moderno concebeu e em harmonia e funcionalidade perfeita no meio onde se enfiou. O Museu é, só por si, uma fantástica obra de museu. Vale a pena lá ir só para desfrutar a encadernação.
Desta vez, apanhei uma majestosa e completíssima exposição temporária de arte e monumentalidade azteca (cedida pelo Museu da Cidade do México). Magnífica e que foi um valor acrescentado com que não contava.
Pois, e visto e revisto o
Guggenheim, rapidamente chega a hora de partir.
(imagem do autor um ângulo de vista sobre o Guggenheim)