Leio:
A Antena 1 decidiu não pôr no ar O Amor É... de Domingo passado. Sem me dar qualquer explicação ou - bem mais importante! - aos ouvintes.Não entendo a indignação do blogocompanheiro e
Murcon Invicto.
Primeiro: este pregador agnóstico e radialista diz-se (qualidade não autenticada pelo Sínodo Episcopal ou entidade afim ou parecida)
sexólogo, logo homem especializado em mister de escarafunchar em coisas sujas e pecaminosas que só se devem praticar, na estritamente necessária medida, com a finalidade única da procriação. E para procriar, o sexo é só e simplesmente: zás, catrapás, já está, aliviado estou (o de cima), venha o filho da receptora (em baixo), ponto final, baptismo, crisma, comunhão, matrimónio, castidade, santidade, vida eterna, amen. E neste circuito tão simples, o que faz um sexólogo? Peca, só pode. Porque complica o simples, o directo e o rápido.
Segundo: Morto o Papa mas não enterrado e esperando novo Papa mas ainda não eleito, admitia-se que a Antena 1 de uma República laica transmitisse as ímpias palavras de um sexólogo que, por natureza, só pode ser um devasso? Experimente o ilustre mas pecaminoso radialista pregar num dos fundamentalistas reinos islâmicos. Limpavam-lhe o sebo, pois limpavam. Aqui, na Laica República, cortam-lhe o pio. Só. Haja Deus. Bem hajam os cruzados os passados e os presentes.
Mas o ímpio
Murcon não desarma e ameaça, apelando ao contágio do pecado:
O mesmo programa será emitido no próximo Domingo. E, ao contrário do habitual, tenciono ouvi-lo. Para tentar perceber o que disse de herético, que gargalhada traduzia falta de respeito, quantas pessoas - católicas ou não... - ofendi. A isto, só respondo:
também eu, também eu, também eu. Tri-pecando. Porque, com esta corja, mais que papista, só apetece mesmo
pecar. Pelo menos, para evitar confusões de misturas.
De
Werewolf a 7 de Abril de 2005 às 09:14
Agora já percebi porque é que o meu canário deixou de cantar. Deve ter dito qualquer coisa que ofendesse a moral estabelecida neste país de hipocrisias e... cortaram-lhe o pio. Felizmente que, como dizes, não vive num país fundamentalista islâmico, senão...
Viva o Murcon e todos os Murcons que se indignam contra este falso puritanismo de uma República dita "laica".
Aposto que não há canal de televisão, emissora de rádio ou impressa de referência ou não, que não deixará de aproveitar ao máximo a dádivas dos deuses que lhes permitirá fazer numa semana um "trijecto" (citando um outro post teu que apreciei) tão apetecível, e isto sem contar com a decadência mórbida da quinta das inutilidades.
Contra o dogmatismo, pelo heresia e o pecado! Até parece que estamos a viver um novo PREC. Contra os fundamentalismos. Marchar! Marchar!
Abraço fraterno.
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