Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2005
Já tínhamos um
afinador de máquinas na mais alta direcção partidária. Faltava-nos um
afinador de mitos na blogosfera. Não se perdeu pela demora.
Desmontar um mito é mostrar o humano que alguém escondeu nele. Não é matar o humano do mito, mas humanizá-lo, aproximando-o de nós. Com o valor acrescido de se entender porque é que o mito foi construído (nas suas afirmações e silêncios). E quando entendemos alguma coisa sobre os nossos mitos acumulados, entendemos melhor os processos de compensações com que nos tecemos. O que se perde dá, com juros abundantes, para o que se ganha.
É uma tarefa de alto coturno. Só para gente de ambição intelectual que não recua perante o humano.
O blogo-companheiro da foto de cima meteu-se em tamanha empresa. Quem me faz companhia nesta
(a)ventura cultural? Por mim, não lhe perco pitada. Sempre quero ver como ele se desenrasca
De Joo a 1 de Março de 2005 às 22:41
Amigo Manuel, essa não tem rigor algum. Aliás copiei a ideia da fotogenia (ao princípio estranha, mas mesmo o barreirense mais feio é sempre um cidadão esbelto, quando de esquerda) do nossso estimado e comum amigo Raimundo. E só reproduzi a foto para não ficar atrás no abraço de amizade. É que eu tenho um ciúme tremendo quando alguém se põe em bicos de pés para ser mais amigo que eu de um meu amigo. Primeiro, o Raimundo nem sequer é barreirense. Gostaria, gostaria, nota-se, mas não é, essa é que é essa. Segundo, ele pendurou-se na foto e quis apanhar boleia fotogénica. Diferente, eu deixei-te a ribalta toda, não me pendurei como o Emplastro. Quem é mais teu amigo, eu ou o Raimundo? Blogar também é isto. Grande abraço.
De Manuel Correia a 1 de Março de 2005 às 21:21
João, com essa da «fotogenia» desarmaste-me. Tonta e babadamente agradeço. Há cerca de vinte anos que ninguém se referia à minha fotogenia. Já estava a achar estranho... Bem hajas e aquele abraço.
De Joo a 1 de Março de 2005 às 12:38
Ora, quem afina também desafina. Sejam máquinas ou mitos. A arte de afinar confere manhas supremas para, quando se quer, desafinar sem que alguém disso dê conta. Mas o post não foi mais que um pretexto para dar à estampa a tua fotogenia, hombre! Abraço.
João Tunes,
Obrigado. Surpreendeu-me essa comparação (aproximação?) entre afinadores. É suposto os afinadores melhorarem (tornarem mais eficazes as coisas que afinam) enquanto eu me limito a verificar em que «pontos» as «memórias» e as «histórias» coincidem ou não. Isso faria de mim um desafinador de mitos, e não um afinador. E, no entanto...
Quanto às outras considerações que teceste acerca do enriquecimento cultural da desmitificação, assino por baixo.
Um abraço
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